3. Democracia e Emancipação Social em Redes Colaborativas Educacionais
PACC – Capacitação em Autoria e Coautoria em Ambientes Virtuais de Ensino-Aprendizagem 3.1 A Internet, A Democracia e a Política Informacional A Internet, nas suas mais diversas manifestações evolutivas já é considerada o maior meio de comunicação universal via computador na Era Informacional. Além disso, pode ser considerada como um instrumento para promover a democracia. Pois, como o acesso à informação política é facilitado, os cidadãos podem ser quase tão bem informados quanto seus líderes. "Com boa vontade do governo, todos os registros públicos, bem como um amplo espectro de informação não sigilosa, poderia ser disponibilizado on-line. A interatividade torna possível aos cidadãos solicitar informação, expressar opiniões e pedir respostas pessoais a seus representantes. Em vez do governo vigiar as pessoas, as pessoas poderiam estar vigiando o seu governo – o que é de fato um direito delas, já que teoricamente o povo é o soberano. Entretanto, a maioria dos estudos e relatório descreve um quadro melancólico – com a possível exceção das democracias escandinavas" (CASTTELLS, 2003, p. 128). No Brasil temos alguns websites que se propõem trazer maior transparência ao processo político no Brasil. Um exemplo deles é o Extrato Parlamentar, nele o cidadão poderá encontrar as votações que foram realizadas na 54° legislatura, no período de 2011 a 2015. As votações nominais foram selecionadas cujos temas foram considerados socialmente relevantes por um grupo de cientistas políticos especializados na análise do Congresso Nacional. O Extrato Parlamentar utiliza como fontes o Banco de Dados Legislativos do Cebrap. E ainda, se o cidadão quiser sugerir a inclusão de outras questões que foram votadas nominalmente no período de 2011-2015 do mandato, poderá enviar sua sugestão através do twitter. A maior parte dos governos se utilizam da Internet e disponibilizam um quadro de avisos para divulgarem informações, contudo, não pretendem uma interação real. Já alguns Parlamentares possuem seus próprios websites. Em nosso país, a Câmara dos Deputados possui um website completo, fornece links para a biblioteca digital, um link chamado 'transparência' na qual o cidadão poderá ficar atento para fiscalizar o orçamento, e as licitações e contratos. Além disso possui um link para falar com os deputados. Nele você pode escolher entre as diversas opções: reclamar ou sugerir alguma questão; o cidadão enviará com seu nome, e-mail, cidade e telefone e a reclamação ou sugestão. Não se pode negar que a Internet possui papel significativo na nova dinâmica política na Era da Informação, Castells denomina de "Política Informacional". "O acesso ao governo em nossas sociedades baseia-se em grande parte em política da mídia e sistema de informação que suscitam o apoio ou a rejeição das mentes das pessoas, influenciando assim seu comportamento eleitoral" (CASTELLS, 2003, p.129). Um dos grandes exemplos em que a a política da mídia e o acesso a Internet possibilitou uma maior adesão dos cidadãos a campanha política é o caso do atual presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, que se utilizou da Internet para fazer a sua campanha política, utilizou também o Youtube para a divulgação do jingle da campanha: Percebemos que apesar de existirem alguns fatores negativos como vazamentos de informações para a mídia para desonrar oponetes, ou a produção de uma contrainformações para restaurar a imagem de um político sob ataque, a Internet continua sendo uma valiosa ferramenta do cidadão para a democracia. Um dos maiores exemplos disso, é o website e-Democracia, que tem por intuito por meio da Internet, incentivar a participação da sociedade no debate de temas importantes para o país. PACC – Capacitação em Autoria e Coautoria em Ambientes Virtuais de Ensino-Aprendizagem 3.2 Movimentos Sociais em Rede – Redes de Cidadão Os movimentos sociais da atualidade, as ações coletivas deliberadas que objetivam a transformação de valores e instituições da sociedade, se manifestam na e pela Internet. "O mesmo pode ser dito do movimento ambiental, o movimento das mulheres, vários movimentos pelos direitos humanos, movimentos de identidade étnica, movimentos religiosos, movimentos nacionalistas e dos defensores/proponentes de uma lista infindável de projetos culturais e causas políticas. O ciberespaço tornou-se uma ágora eletrônica global em que a diversidade da divergência humana explode numa cacofonia de sotaques" (CASTELLS, 2003, p. 114-115). No México, o movimento zapatista em Chiapas, por volta dos anos 1990 utilizou a Internet através de redes eletrônicas e faxes para agregar apoio para sua causa, assim estavam conectados com o mundo da mídia e possuiam uma estrutura descentralizada de grupos de solidariedade. Outro movimento, talvez o mais conhecido tenha sido o de Falun Gong, um movimento espiritualista chinês com milhões de agregados que ousou desafiar o poder do Partido Comunista. Li Hongzhi, líder do movimento, residia em Nova York, entretanto mantinha contato com uma rede nuclear de seus participantes via Internet, e era pela Internet que os membros destemovimento encontravam apoio espiritaul, e informações que permitiam, pessoalmente, em certo local e hora, protestar, apesar das graves repressões devido a preocupação do governo chinês com a influência potencial deste movimento. A Internet também proporciona expressões de protesto individuais e coletivas, a interferência em websites das redes eletrônicas de agências do governo ou de empresas, visados como representativos de opressão ou exploração. Podemos citar neste caso os "protestos hacker-ativistas", que variam da sabotagem individual à invasão dos websites restritos de agências militares ou de companhias financeiras para protestar seu objetivos. Um recente caso de invasão e de protesto dos hackers, foi contra o fechamento do maior site de compartilhamentos do mundo, o Megaupload, e também (principalmente) contra os Projetos de Lei SOPA e PIPA (Projeto de Leis Antipirataria dos Estados Unidos). O grupo intitulado Anonnymousanunciou, por meio de seus perfis no Twitter que derrubou os sites do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, da Universal Music, da Associação de Filmes dos EUA e da Associação da Indústria Fonográfica do país. ...a Internet é mais do que um mero instrumento útil a ser usado porque está lá. Ela se ajusta às características básicas do tipo de movimento social que está surgindo na Era da Informação. E como encontraram nela seu meio apropriado de organização, esses movimentos abriram e desenvolveram novas avenidas de troca social, que, por sua vez, aumentaram o papel da Internet como sua mídia privilegiada (CASTELLS, 2003, p.115). É por isso que estes movimentos se organizam em torno de sistemas de comunicação, sejam eles a Internet ou a mídia, pois é essencialmente através deles que são capazes de alcançar aqueles indivíduos capazes de aderir a seus valores, e apartir daí, a sociedade como um todo. Além disso, tais movimentos possuem outra característica importante, o de preencher o vazio deixado pelas crises das organizações verticalmente integradas, herdadas na Era Industrial. Movimentos emocionais, muitas vezes desencadeados por um evento de mídia, ou por uma crise de vulto, parecem muitas vezes ser fontes mais importantes de mudança social que a rotina diária de ONGs zelosas. A Internet torna-se um meio essencial de expressão e organização para esses tipos de manifestação, que coincidem numa dada hora e espaço, provocam seu impacto através do mundo da mídia, e atuam sobre instituições e organizações (empresas, por exemplo) por meio das repercurssões de seu impacto sobre a opinião pública. Esses movimentos pretendem conquistar o poder sobre a mente, não sobre o Estado (CASTELLS, 2003, p.117). Alguns dos movimentos na rede no cenário brasileiro merecem destaque. O Movimento Gota D’ Água é um deles, no website do grupo eles explicam que o movimento surgiu da necessidade de transformar indignação em ação. Querem divulgar para a sociedade brasileira grandes causas que impactam nosso país. A primeira campanha do Movimento discute o planejamento energético do país, que pretende construir mais de 50 hidrelétricas na Amazônia, através da análise do projeto da hidrelétrica de Belo Monte no Rio Xingu. O grupo questiona a contrução da Usina de Belo Monte, e divulga suas ideias através do website, de sua página no Facebook, de seu Twitter, de vídeos no YouTube e pelos canais abertos de televisão, além de estar peticionando pela interrupção das obras de Belo Monte. Outro movimento foi o SOS Florestas que questiona o Projeto de Lei do Código Florestal, em seu website também divulga a petição para assinaturas além de vários outros links para protestos, divulgação pelo Youtube, pelo Facebook e pelo Twitter. Este movimento acredita que a simples liberalização geral das normas não é a solução. São necessárias políticas públicas que incentivem e apóiem a regularização dos proprietários e propostas reais para aprimorar a legislação levando em consideração o bem estar dos brasileiros. Desta forma, percebemos com os movimentos sociais em rede acima citados que os processos de mudança social conflitiva na Era Informacional giram em torno das lutas para modificar as modalidade de nossa existência frente a formação de redes interativas como forma de mobilização. Assim: A Internet fornece a base material que permite esses movimentos engajarem-se na produção de uma nova sociedade. Ao fazê-lo, eles transformam por sua vez a Internet: de ferramenta organizacional para as empresas ela se converte também numa alavanca de transformação social – embora nem sempre nos termos buscados pelos movimentos sociais, e nem sempre, aliás, em defesa dos valores que você e eu compartilharíamos necessariamente (CASTELLS, 2003, p. 119). PACC – Capacitação em Autoria e Coautoria em Ambientes Virtuais de Ensino-Aprendizagem 3.3 A Oportunidade do Código Aberto "Quando Linus Torvalds postou uma versão recém-criada do Linux em um bulletin board obscuro sobre software, ninguém – a não ser os defensores mais aguerridos do código aberto – ousaria prever que o software de código aberto seria algo mais do que uma breve experiência de um hacker" (TAPSCOTT, WILLIAMS, 2006, p. 101). Entretando, dentro de pouco tempo, o Linux obteve um ecossistema de vários bilhões de doláres, conseguindo desestabilizar não somente a economia mas o 'poder' das indústrias de software. "Hoje os serviços e o hardware Linux representa bilhões de doláres em receitas e a IBM calcula que economiza cerca de US$ 1 bilhão anualmente no que lhe custaria para desenvolver um sistema operacional próprio semelhante ao Linux. Mais do que isso, o apoio ao código aberto possibilitou que a IBM oferecesse produtos e serviços mais baratos que do que os de concorrentes como a Sun e a Microsoft, que cobram pelo sistema operacional, basicamente comoditizando suas ofertas" (TAPS.) "O sucesso que a IBM obteve ao trabalhar com programadores de Código Aberto e integrar o Apache aos seus produtos preparou a empresa para a sua incursão no Linux. Em dezembro de 1998, a empresa estava formalmente avaliando as estratégias do Linux. Em 1999, a IBM formou um grupo de desenvolvimento de Linux. Seu diretor, Dan Frye, diz que a tarefa mais difícil nos primeiros momentos era descobrir a maneira certa de se unir à comunidade. O linux é composto por mais de cem projetoscoletivos de software, cada um com números variados de subprojetos. Talvez mil pessoas contribuam com o núcleo, o cerne do sistema operacional. Outros grupos lidam com bibliotecas, drivers e outros componentes (TAPSCOTT, WILLIAMS, 2006, p. 103, passim)". "Quando o assunto é Código Aberto, complexidade é tantpo uma qualidade quanto um defeito. As três regras do Código Aberto - não tem dono, todos o usam e qualquer um pode aprimorá-lo - podem ser a fonte da inovação eterna, mas também são fonte de frustração infinita para os pobres gerentes de Ti que lidam com a complexidade resultante. A verdade é que simplesmente existem opções demais. As empresas que desejam utilizar o Código Aberto devem primeiro atravessar um vasto oceano de aplicativos. Quais deles têm qualidade? Quais não têm? Se você conseguir definir isso, parabéns, já superou o primeiro passo (TAPSCOTT, WILLIAMS, 2006, p. 110)". "Código Aberto significa derrubar muros e procurar ativamente, desde o início, maneiras para fazer o seu software funcionar melhor com o software de todas as outras pessoas. Isso está gerando uma nova e enorme onda de inovação, e os softwares estão melhorando muito rapidamente. Há mais pessoas trabalhando com o Código Aberto, usando e participando de sua criação, e mais ênfase é colocada na colaboração e na integração (TAPSCOTT, WILLIAMS, 2006, p. 115)". E necessário enxergar "as grandes oportunidades culturais e educacionais que envolvem um repositório vivo, pulsante e dinâmico de conhecimento atualizado por uma vasta comunidade auto organizada (TAPSCOTT, WILLIAMS, 2006, p. 101)". PACC – Capacitação em Autoria e Coautoria em Ambientes Virtuais de Ensino-Aprendizagem 3.4 Democratização da Mídia e a "Mão Aberta" do Creative Commons Na Web Colaborativa, o usuário deixa de ser mero consumidor passivo. Conforme Lemos (2002) "Sendo assim, ao analisar os usuários, devemos superar a perspectiva do uso correto ou não das máquinas de comunicação, marcados para sempre pelo estigma do consumidor passivo e envolvido por uma rede de estratégia dos produtores. Devemos vê-lo como agente. Hoje, se observarmos a dinâmica social da internet, poderemos identificar, na evolução do uso das máquinas de comunicar, uma certa busca de tactilidade, reforçando ainda mais a apropriação social destas" (LEMOS, 2002, p. 260). "O Creative Commons é um projeto sem fins lucrativos, de adesão voluntária, sediado na Universidade Stanford, nos Estados Unidos. Ele é responsável por uma nova forma de direito autoral, pois disponibiliza um conjunto de licenças para áudio, imagem, vídeo, texto e educação que permite a autores e criadores de conteúdo intelectual, como músicos, cineastas, escritores, fotógrafos, blogueiros, jornalistas, cientistas, educadores e outros, indicar à sociedade, de maneira fácil, padronizada, com textos claros baseados na legislação vigente, sob que condições suas obras podem ser usadas, reusadas, remixadas ou compartilhadas legalmente (ARAYA; VIDOTTI, 2010, p. 97)". "Para o Creative Commons, uma ideia não é diminuída quando mais pessoas a utilizam, por isso o projeto aspira cultivar um ‘commons’ onde as pessoas sintam-se livres para reutilizar não só ideias, mas também palavras, imagens e música sem pedir permissão – porque a permissão já foi concedida a todos (ARAYA; VIDOTTI, 2010, p. 97)". "O Creative Commons oferece seis modelos de licenças obtidas pela combinação das etiquetas: (atribuição), (uso não comercial), (não a obras derivadas) e (compartilhamento pela mesma licença). A exigência de atribuição (dar crédito) ao autor da obra original é característica comum a todas as licenças Creative Commons. O termo relativo ao uso não comercial proíbe a venda ou a utilização da obra para fins lucrativos. O termo não a obras derivadas autoriza a livre cópia, a distribuição e a utilização da obra, entretanto, o autor não autoriza modificações nem o uso da obra para a criação de obras deriva das. Com o termo compartilhamento pela mesma licença, o autor autoriza a livre cópia, a distribuição e a utiliza ção da obra, entretanto, ele impõe a condição de que, se a obra for utilizada para a criação de obras derivadas, a obra resultante deve ser necessa riamente compartilhada pela mesma licença (ARAYA; VIDOTTI, 2010, p. 97-98)". "O creative Commons fornece licenças que consentem a proteção do seu direito autoral e, ao mesmo tempo, permitem que outras pessoas realizem trablahos derivados, estipulando, entre muitas outras opções, se você deseja autorizar apenas seu uso comercial ou não comercial. Se você tem uma faixa de aúdio que gostaria que fosse postada ou sampleada gratuitamente por outras pessoas, por exemplo, simplesmente anexe uma licença do CC e o mundo estará livre para usá-la. Um número cada vez maior de artistas, escritores, músicos, fotógrafos e outros criadores estão vendo o benefício dessa opção mais flexível e menos trabalhosa (TAPSCOTT, WILLIAMS, 2006, p. 176-177)". No Módulo IV de nosso curso, serão disponibilizados maiores detalhes sobre as licenças do Creative Commons através da leitura do texto (Leitura Complementar) "Alternativas Emergentes para Criação, Disseminação e Uso Legal de informação no Contexto da Web" - páginas 97 à 110. Ou, acesse o site do Creative Commons no Brasil. PACC – Capacitação em Autoria e Coautoria em Ambientes Virtuais de Ensino-Aprendizagem 3.5 Compartilhamento e Ciência Colaborativa "Os gregos alexandrinos foram inspirados por uma idéia simples, mas poderosa: junte todos os livros, todas as histórias, toda a grande literatura, todos os tratados matemáticos e científicos de uma época e armazene-os em um edifício. Em outras palavras, pegue a soma do conhecimento humano e compartilhe-o em nome do aprimoramento da ciência, das artes, da riqueza e da economia. Os alexandrinos chegaram muito perto da realização desse objetivo. As estimativas sugerem que, em seu apogeu, eles haviam acumulado mais de meio milhão de volumes. É claro que as obras de grandes pensadores como Aristóteles, Platão e Sócrates podeiam ser encontradas lá. Aquele também era o lugar em que arquimedes inventou a bomba d'água em forma de parafuso, Eratóstenes mediu o diâmetro da Terra e Euclides descobriu as regras da geometria. Ptolomeu escreveu em Alexandria o Almagesta, o livro científico mais influente sobre a naturezado universo por quase 1.500 anos. E, por esses motivos, a Grande Biblioteca de Alexandria é considerada por muitos como o primeiro grande local de aprendizado do mundo, talvez até a primeira universidade e o berço da ciência moderna (TAPSCOTT, WILLIAMS, 2006, p. 189)". "As bibliotecas digitais, e os esforços para construílas, são impressionantes e importantes. Contudo elas são apenas um aspecto de uma transformação muito mais profunda na ciência e na invenção. De fato, a revolução alexandrina se estende para muito além do modo como arquivamos o conhecimento, atingindo o modo como o criamos e o utilizamos para guiar o progresso econômico e tecnológico. Está surgindo uma nova era de ciência colaborativa que acelerará o descobrimento e o aprendizado científico. O surgimento de publicações de acesso e novos serviços de internet colocará grandes quatidades de conhecimento nas mãos dos indivíduos e ajudará a formar comunidades de peering distribuídas pelo planeta. Nesse interím, o surgimento de colaboração em larga escala em áreas como ciências naturais e biologia ajudará as comunidades científicas a lançar uma ofensiva sem precedentes contra problemas com o aquecimento global eo HIV/AIDS. Levando tudo isso em consideração, os principais observadores científicos esperam mais mudanças na ciência nos próximos cinquenta anos do que nos últimos quatrocentos anos de investigação (TAPSCOTT, WILLIAMS, 2006, p. 190)".
PACC – Capacitação em Autoria e Coautoria em Ambientes Virtuais de Ensino-Aprendizagem 3.6 Redes Colaborativas Educacionais "Baseado no conceito de livre acesso à informação e à literatura acadêmica, o Creative Commons desenvolveu o projeto Science Commons com o objetivo de promover a inovação e a colaboração científica por meio da remoção de barreiras legais e técnicas desnecessárias para fazer a pesquisa científica reútil. São inúmeros os cientistas que ainda hoje trabalham em relativo isolamento e há muitas investigações realizadas em duplicado. Os dados das pesquisas ficam presos a contratos ou perdidos em bases de dados que não podem ser acessadas ou integradas. Os benefícios que a comunidade científica pode oferecer para o desenvolvimento humano evidentemente são limitados. O foco principal do projeto Science Commons está em desenvolver e promover políticas e ferramentas que ajudem indivíduos e organizações a abrir e marcar suas pesquisas e conjuntos de dados de tal modo que possam ser reusados. Diante disso, o Science Commons apresenta três iniciativas para acelerar o ciclo de investigação, isto é, para propiciar a produção contínua e a reutilização do conhecimento que está no cerne do método científico. São elas: a) tornar a pesquisa científica “reútil”, ajudando pessoas e organizações a abrir e marcar suas pesquisas e dados de tal modo que possibilitem a reutilização; b) ativar o acesso a materiais de pesquisa com “um clique” para agilizar o processo de transferência de materiais para que os pesquisadores possam replicar facilmente, verificar e ampliar a investigação; c) integrar fontes de informação fragmentada para ajudar os pesquisadores a encontrar, analisar e utilizar dados de fontes diferentes, marcando e integrando as informações com uma língua comum, legível por computador. Juntas, essas iniciativas formam os blocos necessários para a construção de uma nova infraestrutura de colaboração para tornar propositalmente mais fácil a descoberta científica (ARAYA; VIDOTTI, 2010, p. 111)". PACC – Capacitação em Autoria e Coautoria em Ambientes Virtuais de Ensino-Aprendizagem 3.7 Universidades Abertas e Universidade Aberta do Brasil 3.7.1 Universidades Abertas Veja o site da Universidade Aberta de Protugal. 3.7.2 O Sistema UAB O Sistema UAB foi instituído pelo Decreto 5.800, de 8 de junho de 2006, para "o desenvolvimento da modalidade de educação a distância, com a finalidade de expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior no País". Gerenciada pela Capes a UAB se constitui numa parceria entre consórcios públicos nos três níveis governamentais (federal, estadual e municipal), em especial entre as universidades públicas e demais organizações comunitárias interessadas em ofertar cursos. Nos municípios que desejam participar desse sistema, são organizados Polos de Apoio Presencial (Pap) que possuem salas para atividades presenciais, laboratórios multiuso de informática, biblioteca. É nesse espaço em que atuam os tutores presenciais e presenciais e os coordenadores de polos. Devido às exigências da legislação brasileira do ensino superior, a UAB ainda não é rigorosamente uma universidade aberta, pois existem requisitos e exames de ingresso obrigatórios (vestibular) para os seus cursos. ]A UAB tem como meta principal a formação de professores por meio da modalidade de educação a distância nas instituições públicas de ensino superior, com destaque para a mediação inovadora das tecnologias de informação e comunicação para Internet. Na prática, isso é concretizado por meio da tecnologia educacional livre Moodle (ambiente virtual de ensino-aprendizagem funcionando na Internet). O Sistema UAB sustenta-se em cinco eixos fundamentais:
O sistema UAB dispõe de duas plataformas de trabalho. O SisUAB é uma plataforma de suporte para a execução, acompanhamento e gestão de processos da Universidade Aberta do Brasil. O ATUAB é o ambiente de trabalho da UAB restrito aos seus coordenadores. CONTEÚDO RELACIONADO PACC – Capacitação em Autoria e Coautoria em Ambientes Virtuais de Ensino-Aprendizagem 3.8 Referências ARAYA, ERM; VIDOTTI, SABG. Criação, proteção e uso legal de informações em ambientes da World Wide Web [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acad~emica, 2010. Avaliable from SciELO Books - http:books.scielo.org - CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. – A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura. Vol. 1. Trad. Roneide V. Majer. São Paulo: Paz e Terra, 2007. CASTELLS, Manuel. A Galáxia da Internet: Reflexões sobre a Internet, os Negócios e a Sociedade. Trad. Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. TAPSCOTT, Don; WILLIAMS, A. D. Wikinomics: Como a Colaboração em Massa pode mudar o seu Negócio. Trad. Marcello Lino. Rio de Janeiro: Nova Fornteira, 2007.
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