Módulo 4 - Atividade 1: Fluência Tecnológica e Produção Colaborativa (22/01 a 29/01)

Tendo como referências o material didático do Módulo 4 e o texto Fluência Tecnológica (MIT Media Lab) participe da produção colaborativa de um hipertexto sobre as seguintes questões:

1- Planejamento de Atividades de Estudo na elaboração de materiais didáticos de disciplinas para integração das tecnologias educacionais.

2- Fluência Tecnológica como potencializadora de desenvolvimento profissional docente para integração das tecnologias e convergência entre as modalidades.

3- Integração das tecnologias educacionais e convergência entre as modalidades: relatos de casos na UFSM.

O objetivo dessa atividade é a elaboração de um único hipertexto. Portanto, deverá ser editado colaborativamente durante o período previsto de tal modo que haja coerência entre os parágrafos. Sua participação ficará registrada no Histórico. Aproveite para exercitar a criação de hiperlinks dentro dos textos. Para auxiliá-los, disponibilizamos um Tutorial com passo-a-passo das principais funções de edição.

Prazo: 22 a 29 de janeiro de 2013.

1- Planejamento de Atividades de Estudo na elaboração de materiais didáticos de disciplinas para integração das tecnologias educacionais

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Modificado: 29 janeiro 2013, 17:21    Usuário: José de Pietro Neto  → 

Planejamento de Atividades de Estudo na elaboração de materiais didáticos de disciplinas para integração das tecnologias educacionais

Resumo

Este trabalho compartilhado busca debater alguns dos diversos conceitos que norteiam essa breve provocação. O tema provoca, inicialmente, a dificuldade de uma hermenêutica precisa, o que nos permite tomar a liberdade de focar a questão central dessa discussão para a temática denominada de "elaboração de materiais didáticos de disciplinas". As tecnologias educacionais, enquanto ferramenta facilitadora no processo de ensino e como um dos meios para se atingir a aprendizagem, têm muito a contribuir para o processo de interação entre o professor e o aluno a a busca do entendimento de desenvolvimento de um conceito científico. Para que esse processo ocorra de forma a atender aos objetivos educacionais estabelecidos para o nível de formação em que o estudante se encontra e para o qual se prende ele tenha condições de chegar, requer um planejamento, cujo objetivo estabelecidos tenha condições de ser alcançado. Ao se utilizar como fundamentação teórica central desse estudo a abordagem histórico-cultural e a teoria da atividade, cujos base conceitual seja a mesma, mas apresentem desdobramentos de entendimentos um pouco diferentes. A primeira foca sua abordagem a questão da mediação social pela palavra enquanto a outra busca sua abordagem está centrada nas relações entre os homens e os objetos. Diante do exposto, busca-se realizar um debate acerca do tema, sendo esse detabe estruturado em três fases, sendo a primeira uma fundamentação teórica, em seguida é detido algumas formas de desenvolvimento de atividades de estudos focada na elaboração de materiais didáticos objetivando a integração das tecnologias educacionais e finaliza com algumas considerações finais sobre as possíveis consequências que esses materiais poderão ter para o aprendizado do estudante.


1. A teoria histórico-cultural e a teoria da atividade no contexto do desenvolvimento e da aprendizagem

A teoria histórico-cultural tem como objetivo, conforme Wertch (1998, p.56) “entender a relação entre o funcionamento mental humano, por um lado, e o contexto cultural, histórico e institucional, por outro”. De acordo com Zinchenko (1998), a teoria histórico-cultural concentra-se no fato de que a mediação da mente e da consciência reside nos signos, enquanto que na teoria da atividade o problema central encontra-se focado na orientação-objeto. Para o autor, ambas as teorias tem a mesma origem, mas se diferem em suas linhas de pesquisas. Na histórico-cultural a mente e a consciência são mediadas fundamentalmente pela cultura e mediado pelo signo (VIGOTSKY, 2000, 2007 e 2008). Para a teoria da atividade o desenvolvimento humano ocorre pelas relações  mediadas, além da cultura, por ferramentas e objetos (LEONTIEV, 1998).

Muito embora a teoria histórico-cultural tenha como eixo norteador a influência da cultura sobre o processo mental do humano, conforme Zinchenko (1998, p.53), a teoria da atividade emergiu em contraposição a “escravização dos camponeses e da organização da produção baseada na escravização (não só na prisão mas no país como um todo) que não tinha precedente na história”, lembrando que nesse caso o país era a Rússia.

Ao considerar o sujeito como histórico, cultural e social possibilita que o processo de sua constituição seja estudado por meio de uma atividade específica, posto que, de acordo com Zanela et. al. (2000, p.236), “é via atividade mediada por instrumentos materiais e semióticos que o homem transforma o contexto no qual se insere ao mesmo tempo em que por este é modificado”. Para Fontana (2000) a mediação também pode ser realizada por meio de parceiros sociais, pessoas próximas e até as distantes, que progressivamente vão se integrando nas relações sociais e por meio delas vamos aprendendo a nos reconhecermos como humanos.

Muito embora seja importante essa mediação social para a formação dos processos mentais, a teoria da atividade tem uma natureza focada no objeto. Na visão de Zinchenko (1998) também por meio de ações efetivas mediadas por objetos pode ser desenvolvida a cognição, a memória, a percepção e os aspectos sensoriais mediante a analise dos fatos que ocorrem durante o processo de ação e não no seu significado especificamente. É interessante salientar que o foco dessa teoria encontra-se no fato de que a inter-relação entre as ferramentas e instrumentos externos não tem significado em si próprios, mas no desenvolvimento mental que os objetos reais têm na sua internalização de conceitos durante a ação humana. Ou seja, “o que é internalizado não é a coisa, mas as propriedades e os procedimentos relacionados com o signo para usar essas propriedades que a coisa adquire” (idem p.47).

Ao enfocar a ação humana concreta e dinâmica que ocorre em contextos reais significa dizer que a ação serve como objeto de analise contextualizado, como meio para possibilitar a condução de uma investigação científica. De acordo com Wertch (1998, p.62), “em vez de presumir que os indivíduos, ao agirem sozinhos, são os agentes das ações, a designação apropriada de agente é ‘indivíduo-que-opera-com-meios-mediacionais’. É só usando essa designação que esperamos fornecer uma resposta adequada à questão fundamental”. Ao abordar essa questão, nessa perspectiva, verifica-se a possibilidade de ampliar a análise da ação humana no contexto mental, institucional, histórico, social e cultural no momento e no local em que ele ocorre.

Wertch (1998, p.69) argumenta ainda que a pesquisa nessa área necessita expandir seus horizontes, buscando articular os seus conceitos com outros teóricos e outras tradições, mas parece que, para o autor, “uma das formas mais promissoras começa por pressupor que a ação fornece a estrutura para interpretar tudo o mais que segue”. Para que os resultados de pesquisa centrada na atividade humana não sejam sem valor ou desastrosos, Zinchenko (1998) propõe “o desenvolvimento de uma psicologia histórico-cultural da consciência e da atividade” e por meio dessa pode-se introduzir uma contribuição modesta a essa abordagem. Para esses autores, de forma inicial, essa seria uma das possibilidades da tentativa de pesquisa utilizando concomitantemente essas duas teorias.

Para Zinchenko (1998), ao abordar a questão sob a perspectiva do estudo das formas das ações humanas, torna-se possível a realização de pesquisa sobre o desenvolvimento da zona de desenvolvimento proximal orientada para o objeto. Considerando-se a teoria da atividade, é pela ação humana mediada com objetos ou instrumentos que também se é possível analisar os processos mentais superiores, sendo seus efeitos analisados no aspecto pessoal, bem como nas relações coletivas para a execução dessa ação. De acordo com Salvador (1994), o conceito de zona de desenvolvimento proximal foi a maneira original que Vigotsky (2007) propôs para entender o desenvolvimento e a sua vinculação com a aprendizagem. Em sua visão, pode-se conceituar a zona de desenvolvimento proximal como a relação entre o nível de desenvolvimento real e a capacidade de aprendizado de pontos que ainda não forma plenamente desenvolvidos.

Conforme Vigotsky (2007, p.95) o primeiro nível corresponde ao “resultado de certos ciclos de desenvolvimento que já estão completados”, sendo denominado de nível de desenvolvimento real, ou seja, são aquelas capacidades mentais que são possíveis de serem realizadas por si mesmas, sem a ajuda de outros. O segundo nível é aquele denominado de zona de desenvolvimento proximal e é caracterizado como a distância entre o nível de desenvolvimento real, ou seja, aquelas capacidades já internalizadas e capazes de serem resolvidas sozinhas e o nível de desenvolvimento potencial, que pode ser estabelecido por meio da capacidade futura de solução de problemas, mesmo que, num primeiro momento, necessite da colaboração ou da orientação de outras pessoas para esse desenvolvimento.

Quando as funções mentais ainda não amadureceram ou estão em fase de maturação ou embrionário é que se caracteriza a ZDP – zona de desenvolvimento proximal, ou seja, é o desenvolvimento mental que ocorre prospectivamente. Quando se tem capacidade de resolução de problemas sem a assistência de outros se considera atingido o nível de desenvolvimento real e esse pode ser caracterizado como desenvolvimento mental retrospectivo.

Ao considerar o desenvolvimento humano sob a ótica da teoria da atividade, entende-se como atividade principal aquela ação que representa os processos em que o homem se relaciona com o mundo. Mas não é qualquer processo que se considera uma atividade principal. Designa atividade principal, conforme Leontiev (1988, p.68) “os processos psicologicamente caracterizados por aquilo a que o processo, como um todo, se dirige (seu objeto), coincidindo sempre com o objetivo que estimula o sujeito a executar esta atividade, isto é, o motivo” não apenas compreensíveis a atividade, mas aqueles motivos realmente eficazes para o desenvolvimento do processo de desenvolvimento psicológico.

A relação e interligação entre desenvolvimento e aprendizagem de forma a possibilitar a tomada de consciência do mundo pode ocorrer de duas maneiras, uma pela atividade teórica que possibilita o desenvolvimento da consciência abstrata do conteúdo e a outra pela ação humana concreta que possibilita o desenvolvimento da consciência do mundo objetivo. Uma pessoa que se “esforça para agir nesse mundo” é aquela que “domina o mundo que a cerca” (LEONTIEV, 1988, p. 120). Dessa forma o autor estabelece um contraste entre os dois mundos: o das propriedades abstratas e físicas das coisas e o das relações entre os homens e estas propriedades. Essa contradição entre o desenvolvimento da “necessidade de agir com os objetos” e o “das operações que realizam tais ações”, são caracterizadas quando as pessoas ainda não apresentam capacidades de agir sozinhas, “principalmente porque ainda não dominaram e não podem dominar as operações exigidas pelas condições objetivas reais da ação dada” (idem p.121).

Assim, quando se busca resolver essa contradição pela necessidade de agir, sem ter a possibilidade de executar as operações correspondentes a ação não pode ser considerada como uma atividade produtiva para o desenvolvimento das pessoas. Uma ação em si mesma não provoca necessariamente uma atividade produtiva no sentido de desenvolver uma conexão pela qual ocorre a mudança no desenvolvimento psíquico da pessoa. Ela serve para preparar o caminho da transição da pessoa de uma condição atual para um novo e mais elevado nível de desenvolvimento transformando a ação em uma atividade principal, aquela que interfere de forma marcante no desenvolvimento humano.

Duarte (2002, p. 248) considera essa questão como ponto "central na teoria da atividade, a da relação entre a estrutura objetiva da atividade humana e a estrutura subjetiva da consciência". Ao abordar essa questão para o cenário educacional, Eidt e Duarte (2007, p.51-52) comentam que a qualidade do "desenvolvimento psicológico não é inerente a qualquer ensino, mas depende de como ele é organizado. Ou seja, todo o ensino escolar promove, em alguma medida, as capacidades psicológicas da criança; porém, a qualidade dessas capacidades deve ser analisada à luz do modo como se organiza e desenvolve a atividade docente". Desta forma, a teoria até aqui apresentada propicia subsídios para que sejam pesquisadas atividades de ensino que, corretamente organizada e desenvolvidas pelo meio educacional, considerando em que condições são colocadas, poderão servir de base para superação do desenvolvimento de alguma das funções psicológicas superiores promovendo o seu aprendizado.


2. Elaboração de materiais didáticos objetivando a integração das tecnologias educacionais 

 


3. Considerações finais

A integração das tecnologias educacionais é de extrema importância.

Referências

DUARTE, Newton. A teoria da atividade como uma abordagem para a pesquisa em educação. Perspectiva. Florianópolis, v. 20, n. 02, p.279-301, jul./dez. 2002.

 

EIDT, Nádia Mara; DUARTE, Newton. Contribuições da teoria da atividade para o debate sobre a natureza da atividade do ensino escolar. Psicologia da Educação, v. 24, 1º sem. de 2007, pp. 51-72.

LEONTIEV, Alexis N. Uma contribuição à teoria do desenvolvimento da psique infantil. In Vigotsky, Lev. S. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone, 1988.

SALVADOR, César Coll. Aprendizagem escolar e construção do conhecimento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

VIGOTSKY, Lev Semenovitch. Lev S. Vigostki: manuscrito de 1929. Educação & Sociedade. Ano XXI, nº 71, Jul. 2000

________ A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 7ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

________ Pensamento e Linguagem. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

WERTCH, James V. A necessidade da ação na pesquisa sociocultural. In WERTCH, J. V.; DEL RIO, P.; ALVARES, A. Estudos socioculturais da mente. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

ZINCHENKO, Vladimir P. A psicologia histórico-cultural e a teoria psicológica da atividade: retrospectiva e prospectos. In WERTCH, J. V.; DEL RIO, P.; ALVARES, A. Estudos socioculturais da mente. Porto Alegre: ArtMed, 1998.