MÓDULO 2

Tecnologia Educacional Plataforma Virtual de Ensino-Aprendizagem (Moodle)


Responsáveis:

Prof. Dr. Andre Zanki Cordenonsi
Profª. Dra. Giliane Bernardi

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Pesquisa, Desenvolvimento e Capacitação:
Recursos Educacionais, Tecnologias Educacionais e Atividades a Distância


2.1. Tecnologia Educacional – O que é o Moodle?

A UFSM aderiu, há vários anos, ao Sistema Universidade Aberta do Brasil -UAB, e, desta forma, existe uma cultura já consolidada – em termos de pesquisa e desenvolvimento científico, tecnológico e educacional – ao ambiente virtual de ensino-aprendizagem livre Moodle – Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment. Essa tecnologia educacional é a plataforma virtual de comunicação, informação e ensino-aprendizagem, e vem garantindo a implantação e consolidação da gestão e realização de cursos na modalidade a distância pelo sistema UAB. Atualmente, temos oito cursos de pós-graduação e sete cursos de graduação mediados tecnologicamente pelo Moodle, que funciona no endereço http://nte.ufsm.br/moodle/.

O Moodle hoje é uma tecnologia educacional livre para Internet, consolidada mundialmente devido, em grande parte, ao trabalho colaborativo em rede (http://moodle.org). Ele não está apenas em universidades, mas em escolas secundárias, escolas primárias, organizações não lucrativas, companhias privadas, e também é usado por professores independentes. Segundo dados obtidos em http://moodle.org/sites/, há cerca de quarenta e nove mil servidores baseados no Moodle instalados em todo o mundo, em duzentos e nove (209) países diferentes. A figura 2.1 representa o número de servidores Moodle instalados em todo o mundo. Quanto mais escura for a "pintura" no país, maior o número de sites Moodle instalados.

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Figura 2.1: Mapa de Localização dos Servidores Moodle.


O Moodle organiza o ambiente escolar, administrativo e pedagógico por meio do fomento ao uso de tecnologias de informação e comunicação. Essas características são discutidas a seguir.


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2.1.1. O Moodle é um software livre e de código aberto

O Moodle está em processo de permanente evolução através de uma grande comunidade de desenvolvedores, em centenas de países. Todos os seus desenvolvedores são livres para carregar, usar, modificar e redistribuir essas modificações para a comunidade (liberdades). Isso permite uma maior agilidade em relação à descoberta e à correção de possíveis falhas no software, além de favorecer o desenvolvimento de novos módulos que podem ser compartilhados com todos. Além disso, é possível realizar atividades de integração do Moodle com os sistemas pregressos de gestão educacional da Universidade Federal de Santa Maria. Como o Moodle possui o código fonte aberto, é possível integrar os dois sistemas.


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2.1.2. O Moodle utiliza como base tecnológica para seu funcionamento plataformas livres

As soluções de Gerenciadores de Sistemas de Banco de Dados, Sistema Operacional, Servidor Web e Linguagem de Programação utilizadas no desenvolvimento e manutenção do Moodle também são centradas na filosofia do software livre. Isso aumenta a flexibilidade para a implantação do sistema na medida em que diminui os custos e não incorre na necessidade de manter contratos de qualquer espécie com empresas terceiras. Mas o que são Gerenciadores de Sistemas de Banco de Dados, Sistemas Operacionais, Servidores Web e Linguagens de Programação? Esses conceitos serão explicados mais a frente, quando nos detivermos no funcionamento do Moodle.


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2.1.3. O Moodle é um sistema escalável

Conforme aumentam o número de usuários e o de cursos , é possível trocar a solução tecnológica para melhorar o desempenho. Um exemplo: podemos ter o Moodle instalado em diversos servidores, funcionando como um só, o que aumenta o desempenho do sistema de forma transparente ao usuário. É mais ou menos o que faz o Google. Se tiver curiosidade em saber como o Google processa informações, consulte o seguinte infográfico.


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2.1.4. O Moodle é organizado em categorias, sub-categorias e cursos

Com essa divisão em três camadas, é possível implementar a gestão organizacional da UFSM, que está estruturada em Centros de Ensino, Cursos de Graduação/Pós-Graduação e Disciplinas. Essa característica é importante, pois se, por um lado, não impõe uma sobrecarga cognitiva, visto que a organização escolar da UFSM já está consolidada, por outro lado, permite que a instituição se recicle como gestora de seus cursos e disciplinas, organizando o fazer educacional em um ambiente único que é acessado por todos os participantes: gestores, estudantes e professores.


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2.1.5. O Moodle é modular

Diversas ferramentas de recursos e atividades educacionais podem ser adicionadas de acordo com os objetivos pedagógicos do professor. Essa característica permite uma maior aproximação com suas opções didáticas cotidianas. O professor também pode diferenciar e integrar atividades individuais e colaborativas, flexibilizando a mediação tecnológica no tempo didático. Dessa forma, uma ferramenta disponibilizada pode assumir diferentes funções dentro da disciplina, dependendo da opção didático-metodológica do professor e das intencionalidades educativas. Além disso, conforme explicitado no primeiro item, a possibilidade de agregar novos módulos que podem ser implementados dentro da própria instituição ou por terceiros, amplia o leque de opções didáticas do professor.


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2.1.6. O Moodle utiliza a concepção de perfil de usuários

O Moodle possui seis categorias de perfil (além de permitir a criação de novos):

  1. administradores – podem fazer tudo em todos os cursos, inclusive definir o perfil dos outros usuários;
  2. autores de cursos podem criar novos cursos e agir como professores;
  3. tutor - podem alterar atividades e avaliar;
  4. moderador podem interagir e avaliar, mas não podem modificar as atividades;
  5. estudantes podem responder às questões e realizar algumas operações mais simples;
  6. visitantes têm privilégios mínimos e não podem publicar textos.

Dessa forma, é possível controlar o gerenciamento das disciplinas dos cursos e da instituição como um todo, alterando-se o perfil dos envolvidos no ensino-aprendizagem, de acordo com as necessidades educacionais que surgirem.


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2.1.7. O Moodle implementa uma série de ferramentas administrativas

Essas ferramentas organizam o trabalho de gestão e acompanhamento dos cursos de graduação. Dentre elas, citam-se: os sistemas de backup e recuperação de cursos/disciplinas; o acesso a arquivos de registro de atividades, permitindo rastrear quaisquer atividades consideradas suspeitas (segurança e privacidade são aspectos fundamentais quando da implantação de um sistema informatizado de acesso via Internet); o gerenciamento de arquivos de um curso; o gerenciamento de usuários e o monitoramento do sistema – estatísticas de utilização da plataforma de software e hardware. Aqui cita-se, como característica importante para a implantação dessa tecnologia educacional nas disciplinas dos cursos a distância, a possibilidade de criar uma nova turma de uma disciplina, contendo todo o material didático e as opções pedagógicas implementadas pelo professor, sem as interações/intervenções realizadas pelos estudantes da turma predecessora. Dessa forma, é possível evitar o retrabalho do professor, contribuindo, ainda, para a melhoria e a inovação contínua de suas atividades docentes, com o aprimoramento e atualização dos recursos educacionais desenvolvidos digital e virtualmente.

Considerando os itens explanados anteriormente, o Moodle se torna uma opção viável-possível e aglutinadora, com bom potencial articulador dos projetos das unidades universitárias da UFSM, tanto do ponto de vista tecnológico educacional como de gestão acadêmica.

Bom, mas como o Moodle funciona? Que opções tecnológicas são utilizadas? Essas são as questões que serão respondidas a seguir.


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2.2. Desenvolvendo uma Disciplina na Modalidade A Distância: Funcionalidades do Moodle


2.2.1. Organização dos Tempos Didáticos de uma Disciplina

Uma disciplina no Moodle pode ser configurada para atender às opções pedagógicas e de distribuição das atividades e recursos durante o período de ocorrência da disciplina. É importante salientar que, na Educação a Distância, a organização das atividades e dos recursos educacionais é de suma importância para o bom andamento da disciplina, pois os alunos devem ser guiados de forma clara, consistente e não ambígua.

Para tanto, a primeira escolha que cabe ao professor da disciplina está relacionada à forma como ele dividirá os recursos educacionais e atividades no decorrer do tempo. Há duas possibilidades de pensar a disciplina em relação aos tempos didáticos:

  • dividir a disciplina em períodos semanais. Nesse caso, os recursos educacionais e as atividades são, usualmente, disponibilizadas semana a semana. Você pode pensar essa forma de divisão relacionando-a com cada item do Plano de Aula da sua disciplina;
  • dividir a disciplina em tópicos. Nesse caso, a cada tópico estão associados recursos educacionais e atividades que podem ocorrer em tempos didáticos diversos, desde alguns poucos dias até várias semanas. Você pode pensar essa forma de divisão relacionando cada tópico a uma unidade do programa da sua disciplina.

Primeiramente, precisamos entender que o Moodle constrói a divisão da disciplina em termos de Caixas no centro da tela. Veja a figura 2.2, que mostra o exemplo de uma disciplina na qual se pode visualizar a Caixa Inicial e duas Caixas organizadas no formato semanal.

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Figura 2.2 – As duas primeiras semanas de uma disciplina.
Cada semana é representada dentro do Moodle por uma Caixa


Independente da forma como o professor decida organizar sua disciplina, o Moodle sempre cria uma Caixa Inicial (a primeira), que tem como objetivo servir de apresentação da disciplina. Esta Caixa Inicial não deve ser utilizada como espaço didático para uma aula específica. Usualmente, ela pode conter um texto de boas vindas, o programa da disciplina, o plano de aula, os critérios de avaliação e quaisquer outras informações gerais da disciplina como um todo. O próprio Moodle insere um Fórum de Notícias nesta Caixa Inicial, que o professor pode utilizar ao longo de toda a disciplina. Quando, mais tarde, o professor definir o número de semanas ou tópicos que irá utilizar na disciplina, esta Caixa Inicial não será considerada. As Caixas criadas são disponibilizadas logo abaixo da Caixa Inicial.


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2.2.2 Gerenciamento dos Arquivos de uma Disciplina

Uma disciplina pode conter diversos arquivos: textos, imagens, vídeos, animações, entre outros. Estes arquivos podem ser tanto recursos educacionais em si como podem ser utilizados na construção dos mesmos. Por exemplo, o professor pode enviar diversas imagens que depois serão utilizadas para construir um texto hipermidiático dentro do Moodle.

Usualmente, a criação da disciplina envolve a divisão dos recursos educacionais e das atividades em seus tempos didáticos, representados no Moodle pelas Caixas. No entanto, para que isso possa ser realizado, é necessário transferir os arquivos da disciplina para o servidor do Moodle. Estes arquivos ficam armazenados em uma estrutura que chamamos de pasta virtual.

Quaisquer arquivos que o professor queira disponibilizar precisam ser enviados ao servidor do Moodle antes de serem utilizados nas Caixas. É importante salientar que uma pasta dentro de uma disciplina no Moodle só pode ser acessada pelos professores, tutores e estudantes daquela disciplina. Se você precisar disponibilizar um arquivo em várias disciplinas, vai precisar enviar o mesmo para cada uma delas. Ou seja, as pastas são exclusivas de cada disciplina.

É possível organizar os arquivos de uma disciplina da mesma forma como são organizados os arquivos no seu computador pessoal: separando-os em pastas de acordo com algum critério.

Normalmente existe uma pasta principal (Meus Documentos ou Pasta Pessoal), onde você pode criar diversas pastas. No Moodle, é criada automaticamente uma pasta principal para cada disciplina. A partir desta, podem ser criadas sub-pastas para a melhor organização dos arquivos. Esta estrutura pode ser observada na figura 2.3.

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Figura 2.3 – Estruturas da pasta virtual de uma disciplina


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2.2.3. Iniciando a Disciplina: Estabelecendo a Programação das Aulas

Após a configuração inicial da disciplina, é possível iniciar a construção/disponibilização dos recursos educacionais e das atividades para cada um dos tempos didáticos, representados no Moodle pelas Caixas. Se a disciplina estiver configurada no formato semanal, cada Caixa representa uma semana da sua disciplina. Quando a disciplina ocorrer por tópicos, é interessante colocar, em algum lugar, o tempo didático do mesmo, para que os alunos possam se programar em relação ao seu tempo de estudo.

Independente do tipo de disciplina que você está planejando, uma das coisas básicas que deve ser realizada é a criação e disponibilização da Programação de cada aula. Consideramos aqui a Programação da Aula como cada item do Plano de Aula de uma disciplina. Para cada Caixa (semana ou tópico), é importante que o professor divulgue, de forma bem clara, quais são os assuntos a serem tratados durante aquele tempo didático, os objetivos e a forma de trabalhar os mesmos.

É importante observar que o foco desta discussão não é o recurso didático em si, nem mesmo as atividades. O que estamos discutindo é a Programação da aula, o que os professores normalmente estão acostumados a realizar quando da construção dos Planos de Aula. No Moodle, usualmente, esta Programação é construída através de Rótulos ou Páginas Web que devem ser disponibilizadas na parte superior das Caixas que representam os tempos didáticos às quais se relacionam.

Tanto um rótulo quanto uma página web podem ser considerados textos hipermidiáticos que são editados diretamente no Moodle. Este texto pode conter figuras e hiperlinks a quaisquer outros materiais ou páginas web que existam na World Wide Web.

A principal diferença entre um rótulo e uma página web, no Moodle, é que o conteúdo do rótulo aparece diretamente na Caixa, enquanto que a página web é apresentada no Moodle através de um link que deve ser clicado pelo usuário para exibir o seu conteúdo.

Não existe uma fórmula clara sobre quando usar um rótulo ou quando usar um página web. Normalmente, o rótulo é usado para textos curtos, enquanto, para textos mais longos, recomenda-se a página web.



Última atualização: sexta, 7 jun 2013, 15:22