O problema metafísico da Identidade Pessoal
Professora Susie Kovalczyk dos Santos
Em linhas gerais, o problema metafísico da identidade pessoal diz respeito ao que faz com que um sujeito S, considerado em um tempo presente t1, seja um e o mesmo S considerado em um tempo passado t0, ou que seja um e o mesmo S considerado em um tempo futuro t2. O que faz com que um sujeito seja o mesmo, considerado em um tempo, responde à pergunta sobre o que garante a identidade sincrônica, ou simplicidade, desse sujeito, a
exemplo de quando se questiona o que faz com que alguém que está, em um momento,escutando uma música seja a mesma que está, simultaneamente, redigindo um artigo filosófico. O que é necessário para a manutenção da identidade de alguém ao longo do tempo concerne à dimensão diacrônica do problema da identidade, e está em questão quando se investiga o que faz com que alguém que hoje está participando deste curso seja o mesmo sujeito que ingressou, anos atrás, em determinado curso de graduação na UFSM. As teorias metafísicas acerca da identidade pessoal em geral são classificadas a partir do critério a que conferem primazia para a constituição da identidade pessoal. Os dois grandes tipos de teorias, nesse sentido, defendem que a identidade pessoal depende de alguma continuidade psicológica ou de alguma continuidade física. Os proponentes de teorias de um e de outro tipo divergem quanto a que tipo de estado capacidade mental, no primeiro caso, ou porção física, no segundo, contam para a preservação da identidade.
O recorte filosófico proposto neste curso se volta para as teorias que buscam responder ao problema da identidade pessoal pela proposta de um critério psicológico. Partiremos da teoria da identidade pessoal proposta por John Locke (1632-1704), por a ele se atribuir o estabelecimento do problema nos moldes em que contemporaneamente é abordado, em filosofia: Locke se distancia da tradição que o antecede, desvinculando a identidade pessoal da necessidade de permanência de uma substância, e propõe que a identidade depende, antes, da possibilidade de extensão da consciência e, assim, de atribuição de responsabilidade. Dessa forma, Locke também defende a interdependência entre a questão da pessoalidade e da moralidade. Em seguida, exploraremos a teoria cética acerca da identidade do eu, do também filósofo moderno David Hume (1711-1776), que se apropria de elementos do empirismo lockeano, obtendo, entretanto, desdobramentos diferentes. Por fim, estudaremos a concepção do filósofo contemporâneo Derek Parfit (1942-2017), que propõe uma série de experimentos de pensamento em que a questão da sobrevivência, que requer continuidade psicológica, é enfatizada, em detrimento da identidade pessoal.
Professora Susie Kovalczyk dos Santos
Em linhas gerais, o problema metafísico da identidade pessoal diz respeito ao que faz com que um sujeito S, considerado em um tempo presente t1, seja um e o mesmo S considerado em um tempo passado t0, ou que seja um e o mesmo S considerado em um tempo futuro t2. O que faz com que um sujeito seja o mesmo, considerado em um tempo, responde à pergunta sobre o que garante a identidade sincrônica, ou simplicidade, desse sujeito, a
exemplo de quando se questiona o que faz com que alguém que está, em um momento,escutando uma música seja a mesma que está, simultaneamente, redigindo um artigo filosófico. O que é necessário para a manutenção da identidade de alguém ao longo do tempo concerne à dimensão diacrônica do problema da identidade, e está em questão quando se investiga o que faz com que alguém que hoje está participando deste curso seja o mesmo sujeito que ingressou, anos atrás, em determinado curso de graduação na UFSM. As teorias metafísicas acerca da identidade pessoal em geral são classificadas a partir do critério a que conferem primazia para a constituição da identidade pessoal. Os dois grandes tipos de teorias, nesse sentido, defendem que a identidade pessoal depende de alguma continuidade psicológica ou de alguma continuidade física. Os proponentes de teorias de um e de outro tipo divergem quanto a que tipo de estado capacidade mental, no primeiro caso, ou porção física, no segundo, contam para a preservação da identidade.
O recorte filosófico proposto neste curso se volta para as teorias que buscam responder ao problema da identidade pessoal pela proposta de um critério psicológico. Partiremos da teoria da identidade pessoal proposta por John Locke (1632-1704), por a ele se atribuir o estabelecimento do problema nos moldes em que contemporaneamente é abordado, em filosofia: Locke se distancia da tradição que o antecede, desvinculando a identidade pessoal da necessidade de permanência de uma substância, e propõe que a identidade depende, antes, da possibilidade de extensão da consciência e, assim, de atribuição de responsabilidade. Dessa forma, Locke também defende a interdependência entre a questão da pessoalidade e da moralidade. Em seguida, exploraremos a teoria cética acerca da identidade do eu, do também filósofo moderno David Hume (1711-1776), que se apropria de elementos do empirismo lockeano, obtendo, entretanto, desdobramentos diferentes. Por fim, estudaremos a concepção do filósofo contemporâneo Derek Parfit (1942-2017), que propõe uma série de experimentos de pensamento em que a questão da sobrevivência, que requer continuidade psicológica, é enfatizada, em detrimento da identidade pessoal.
- Professor: Susie Kovalczyk dos Santos
- Professor: Elena Maria Mallmann
- Professor: Cláudia Smaniotto Barin
Inscrição: Em breve
Público: Geral